Conhecido no Brasil como rapel, a denominação deste esporte vem do verbo francês rappeler que significa chamar, recuperar, explorar. Entre os praticantes há uma versão popular de nomenclatura: “rapelar”, com o significado de escorregar corda abaixo seguro por um cinto de segurança apropriado e uma peça de freio. Ou seja: o rapel é uma técnica de descida de cachoeiras, cascatas, precipícios, prédios, pontes, morros, penhascos, paredões, viadutos, chegando até a alturas inusitadas.

Para praticar rapel é necessário ser conhecedor de técnicas de montanhismo além de ter experiência com o manuseio de equipamentos básicos de escalada como cadeirinha, mosquetões, freio oito, corda estática, etc.

Há ainda os equipamentos de segurança, como luvas e capacete que também não são de menor importância. Apesar de sua prática ser relativamente fácil, nas versões mais moderadas, como em qualquer outra atividade dos esportes radicais e de aventura, recomenda-se ser acompanhada por um instrutor especializado.

Os estilos desta prática são: Rapel em positivo – é realizado com o apoio dos pés na parede; Rapel em negativo – sem o apoio dos pés, o praticante desce em queda livre, lançando-se no vácuo; Rapel guiado – normalmente utilizado em cachoeiras e quedas d’água onde é necessário fazer desvios diagonais da trajetória para evitar fortes torrentes; Rapel fracionado – é dividido em vários rapéis menores para encontrar um caminho mais seguro.

Há diferentes versões para o surgimento do rapel. Uma delas, data do final do século XIX quando escaladores franceses eram contratados para pesquisar os cânions e cavernas dos Pirineus (montanhas que separam o norte da Espanha do sul da França), criando então uma técnica para descida, que, com o tempo, foi assumindo diversas funções, chegando a ser utilizada na espeleologia, pelo corpo de bombeiros, na limpeza de prédios e antenas, etc.

Hoje, quando utilizado em cachoeira pode ser encontrada também a denominação de cascading. No Brasil, considera-se o rapel como uma prática esportiva com identidade própria e não como um meio para se praticar outros esportes, mas há quem considere apenas como prática de lazer. É muito utilizado por diversas atividades como escaladas, estudos espeleológicos e em resgate em montanhas, sendo bastante difundido como uma das modalidades que compõem as corridas de aventura.

Situação Atual: Embora sem muitos registros, empiricamente e pelo retorno de mídia que o esporte vem conquistando, pode se considerar o rapel como em crescente expansão. Em 2003, a atividade foi incluída no programa de treinamento para incoporação de membros da Polícia Militar do RJ, tendo sido seu teste executado na Ponte Rio-Niterói-RJ.

É também uma prática esportiva utilizada como parte dos circuitos de Corridas de Aventura e já está incorporada ao roteiro turístico de agências/ operadoras de turismo e eventos promocionais de academias de ginástica. Os locais preferidos para a prática de rapel no Brasil são por localização estadual: MS: Abismo de Anhumas e Buraco das Araras (Bonito); RJ: Cachoeira Véu de Noiva e Gruta do Presidente (Teresópolis), Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Teresópolis/Petrópolis) e Ilha Grande (Angra dos Reis); GO: Cachoeira da Onça (Pirenópolis), Bica do Ipu (Ubajara) e Cachoeira da Água Fria (Alto Paraíso de Goiás); MG: Cachoeira Congonhas, Cachoeira da Usina, Cachoeira Véu de Noiva e Morro da Pedreira (Serra do Cipó), Parque Nacional da Serra do Cipó (Serra do Cipó) e Pedra da Catedral (Gonçalves); SC: Cachoeira do Cambará, Cachoeira do Cará, Cachoeira do Forno, Cachoeira do Vento, Cânion da Encosta, Cânion da Sabiá e Serra do Uru (Presidente Getúlio); RS: Cascata do Marmeleiro e Cascatina dos Mentz (Canela), e Viaduto 13 (Encantado) – maior viaduto da América Latina; BA: Parque Nacional da Chapada Diamantina, Poço do Diabo e Gruta do Lapão (Chapada Diamantina)